Alegria no serviço cristão.
Terceira Igreja Batista do Plano Piloto
Escola Bíblica Dominical - Lúcio Cesar Silva de Menezes
A alegria de Paulo Versos 10 a 13
O presente dos Filipenses Versos 14 a 18
A provisão de Deus Versos 19
e 20
Saudações finais Versos 21 a 23 |
Filipenses
4:10-23 Sempre de bem com a vida! Por Lúcio César
Menezes |
4:
10 Ora, muito me regozijo no Senhor por terdes finalmente renovado o vosso
cuidado para comigo; do qual na verdade andáveis lembrados, mas vos faltava
oportunidade.
11
Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me
com as circunstâncias em que me encontre.
12
Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas
as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome;
tanto em ter abundância, como em padecer necessidade.
13
Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
14
Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15
Também vós sabeis, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando
parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo no sentido de dar e de
receber, senão vós somente;
16
porque estando eu ainda em Tessalônica, não uma só vez, mas duas,
mandastes suprir-me as necessidades.
17
Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa
conta.
18
Mas tenho tudo; tenho-o até em abundância; cheio estou, depois que recebi
de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro suave, como
sacrifício aceitável e aprazível a Deus.
19
Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na
glória em Cristo Jesus.
20
Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amém.
21
Saudai a cada um dos santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo
vos saúdam.
22
Todos os santos vos saúdam, especialmente os que são da casa de César.
23
A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.
A alegria de Paulo
Conforme lição do Dr. Russell Shedd[1],
"nos versos 10-13, Paulo
exterioriza seu profundo contentamento com a oferta que os filipenses mandaram
pelas mãos de Epafrodito (2:25-30). 'Alegrei-me sobremaneira no Senhor',
revela que sua satisfação não se baseava na oferta em si, mas no Deus que
mais uma vez renovou sua bondade pela instrumentalidade dos filipenses."
A alegria de Paulo não é apenas de aparência nem uma postura que ele
se força a ter para demonstrar força e estimular os filipenses. Era real,
sustentando-se independentemente das circunstâncias, sejam elas adversas ou
favoráveis.
A alegria do apóstolo não se resume a tempos difíceis,
como se gostasse de sofrer, ou a tempos de fartura, como se bens materiais
fossem a base do contentamento. O verso 11 deixa claro que Paulo era alegre
independentemente das circunstâncias.
"Paulo empregou um termo apreciado pelos estóicos para comunicar
seu contentamento: autarkés, lit. "auto-suficiente",
indicando independência de circunstâncias externas, usado também para quem
se auto-sustenta. Revela uma força interior arraigada na fé num Deus
todo-poderoso que faz com que "todas as coisas cooperem para o bem
daqueles que amam a Deus" (Rom. 8:28).[2]
Observe-se que, na situação de Paulo, a auto-suficiência decorre não
do pensamento positivo ou da resignação disciplinada da mente, mas da provisão
divina. Paulo vive bem porque é provido pela graça de Deus, não dependendo
de circunstâncias externas para amparar sua alegria.
A alegria de Paulo se manifesta em tempos difíceis e em tempos de
prosperidade. Nas duas situações Paulo ensina aos filipenses usando a
expressão "estar experimentado",
"saber que vem pela experiência, observação e interpretação
do mundo exterior no fundo do coração em que a fé cria convicção
absoluta"[3].
A abundância também exige do crente o conhecimento de como se
comportar corretamente, como reagir de forma que valorize o ensino de Cristo.
O que fazer com a bênçãos que recebemos? Para quê progredimos, melhoramos
de vida? Como administramos os recursos abundantes diante das necessidades de
outros irmãos? Conseguimos ver as bênçãos com a função correta? (Ef.
4:28)
Chega-se, então, ao muito citado verso 13, onde o apóstolo diz que
tudo pode naquele que o
fortalece. "Paulo aprendeu que no contexto de servir a Cristo ele
pode todas as coisas porque Cristo lhe dá forças. (...) O foco de Paulo não
é tanto em suas conquistas e habilidades, como se ele fosse de algum modo
superior à média, mas sim em Cristo que lhe capacita a cumprir Sua vontade.[4]
Dr. Shedd ainda é mais preciso sobre a questão: "Paulo não
sugere que o segredo de suportar a dura vida como preso, a tortura da fome ou
a ansiedade de prever o martírio (cf. 1:20) esteja na sua própria disciplina
ou auto-controle. Pelo contrário, a explicação se encontra unicamente na
constante (tempo presente) dinâmica da comunhão fortalecedora com Jesus
Cristo pela atuação do Espírito Santo."
O presente dos filipenses
"Deus
desenhou este mundo no princípio
da necessidade e suprimento. Esta ecologia global explica satisfatoriamente
tudo que doutra forma seria apenas mistério. Por exemplo, imagine uma semente
sem terra onde fosse capaz de germinar, se desenvolver e criar plantas que
produzem outras sementes. Semente sem solo seria um ponto de interrogação -
não imaginaríamos porque veio a
existir. (...) Como seria ter carros sem gasolina ou lâmpadas sem
eletricidade, bancos sem dinheiro ou cheques, um povo com muito dinheiro mas
nada para comprar ou fábricas sem produtos para produzir. Vivemos em contato
constante com a ecologia de necessidade e provimento. (...) Se a ecologia
fundamental da criação e da civilização se caracteriza por suprimento e
necessidade, deve, igualmente, ser natural para a igreja. Deus criou a igreja
para suprir a necessidade que Ele também colocou em nossos corações. Igreja
sem membros seriam um mistério ou um contrasenso. Mas existem irmãos na
igreja que não pararam para pensar seriamente quais seriam as necessidades
para as quais a igreja foi formada, pelo Espírito de Deus, para supri-las.
"[5]
A igreja de filipos não se omitiu no cumprimento de sua missão de
suprir as necessidades do apóstolo Paulo.
Aliás, a disposição demonstrada pela igreja em ajudar confirma
que a conversão era genuína. Uma
igreja que não coloca em prática a ajuda age com hipocrisia, construindo uma
fachada que não representa o que há por dentro.
A ajuda dos filipenses, na visão de Paulo, era bem-vinda por dois
aspectos: um, lhe supria necessidades; dois, redundaria em depósitos na conta
celestial, pois Deus se alegra com o coração aberto de seus filhos.
A ação dos filipenses é aroma suave, lingüagem
de culto. Os crentes podem chegar-se a Deus oferecendo os corpos como
sacrifício vivo, santo e agradável (Rom. 12:1), devem apresentar sempre
sacrifício de louvor, que o fruto de lábios que confessam seu nome (Heb.
13:15). "Terceiro, encontramos aqui em Filipenses 4, o sacrifício de
dinheiro ou posses para suprir a necessidade dum cidadão. Esta oferta é
declarada 'aceitável e aprazível' a Deus (v. 18). Compartilhar bens com
necessitados é ao mesmo tempo uma oferta apresentada a Deus. Havendo motivação
de amor e gratidão (não reconhecimento humano - MT. 6:1-4), da parte do
ofertante, seu sacrifício será aceitável e aprazível a Deus."[6]
A rotina diária do crente pode ser um constante apresentar de sacrifícios
suaves a Deus, um perfume que sobe agradável e se espalha por todos os
lugares por onde passa. A alegria e a disposição para ajudar e servir é uma
forma válida e agradável a Deus de viver, de cumprir a missão da igreja na
idéia da ecologia da necessidade e do suprimento.
A provisão de Deus
O
verso 19 pode ser entendido assim: o resultado de agradarmos a Deus abençoando
outras pessoas é que somos abençoados também!
O texto deixa claro que Deus proverá tudo de que precisamos para viver
e servir a outras pessoas. Veja que a referência de Paulo a todas as
vossas necessidades, mas incluem vários outros aspectos. Relaciona-se com
a necessidade de crescer em discernimento para ter uma vida correta (1:9-11),
para ter unidade na igreja e agir
com humildade (2:2-4).
A provisão prometida é de acordo com as riquezas de Deus, de quem é
dono de tudo, de toda a prata e de todo o ouro. Não esqueçamos, entretanto,
que o contexto é alguém que está abençoando outros com seu serviço e com
doações. Para os que fazem a sua parte, Deus faz a dele.
O verso 20 coloca na perspectiva correta a questão do reconhecimento.
A Deus deve ser dada a glória e o louvor. A motivação do serviço não pode
ser o reconhecimento pessoal, o elogio ou a bajulação.
Às vezes desejamos agradecer a pessoa que nos oferece ajuda com oração,
serviço ou dinheiro e bens. É importante discernir que a origem do
suprimento está no coração de Deus que motiva e estimula seus filhos a se
envolverem nas necessidades dos outros. Este entendimento é importante para
os que servem e para os que, no momento, estão sendo servidos. Corretamente
motivados, os irmãos que servem saberão lidar com os agradecimentos ou
elogios sem pretender assumir a glória que pertence a Deus.
Saudações finais
Paulo termina sua carta com cumprimentos e saudações aos irmãos. A
citação dos irmãos da casa de César é interessante. Os romanos,
perpetradores da perseguição a Paulo, tinham em seus quadros pessoas
referidas por Paulo como irmãos. O poder do evangelho se manifesta também
aqui: tinha penetrado "no coração" do reino inimigo.
"Filipenses é uma carta que reforça a alegria, a humildade e a
unidade. Paulo deu muitos exemplos vivos de tais qualidades para mostrar aos
seus leitores como os conceitos funcionam na prática. Fala sobre sua própria
vida, cita Timóteo, Epafrodito e o exemplo por excelência de Cristo.(...)
Tudo para Paulo estava focalizado em Cristo como o plano de Deus para o
universo (3:20-21)."[7]
Princípios para aplicação
1.
Você está contente com o que tem? Com sua situação atual?
2.
Você consegue manter íntima relação com Deus
na ausência de bens e provisões?
3.
Você consegue manter-se ligado a Deus quando
está nos momentos de abundância?
4. Há alguma necessidade (financeira, espiritual, emocional) que precisa ser preenchida em sua vida no momento atual? Há alguém que possa ajudar?
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